segunda-feira, 31 de outubro de 2011

G1 -Audiência Pública - Dengue

Fonte G1 : 


Representante da Vigilância em Saúde falou à Comissão de Saúde da Alerj.
Presidente da comissão criticou ausência de representantes de municípios.


Texto : Lilian Quaino Do G1 RJ 

Deputado Bruno Correira (PDT) abre a audiência pública sobre dengue (Foto: Lilian Quaino/G1)
Onze casos de dengue tipo 4 foram registrados no município de Niterói, no estado do Rio, este ano, segundo informou a representante da Vigilância em Saúde da Secretaria estadual de Saúde, Hellen Miyamoto. Ela falou aos deputados da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), que nesta segunda-feira (31) fazem uma audiência pública sobre dengue.
O avanço do vírus tipo 4 da dengue pelo Brasil é uma ameaça à saúde pública, segundo especialistas, não somente pelo vírus, que não seria mais perigoso que os tipos 1, 2 e 3, mas pela entrada em ação de mais uma variação do microorganismo, o que aumenta ainda mais a probabilidade de uma pessoa se infectar.
Segundo Hellen, o vírus tipo 4, que apareceu primeiro na região amazônica, já chegou ao Rio de forma incipiente, mas pode se alastrar. A incidência da doença tem aumentado na Região Serrana, segundo ela, possivelmente por causa das enchentes.
Hellen explicou que o aumento da dengue no país se deve principalmente pelo crescimento  populacional, o abastecimento irregular de água e o aumento de produção de lixo.
Para ela, reduzir os criadouros do mosquito Aedes Aegipty nos meses que antecedem o verão e sensibilizar a população para combater os focos são desafios para a Secretaria.
A especialista explicou que 20 municípios ainda não enviaram à Secretaria mapas de risco e planos de contingência.
No estado do Rio ela destaca as regiões mais propensas à  epidemia de dengue: toda a Região Metropolitana, o Norte Fluminense e a Costa Verde (localidades próximas ao município de Angra dos Reis, no Sul Fluminense).
Representantes ausentes
O deputado Bruno Correia (PDT), presidente da comissão, lamentou na abertura da audiência pública a ausência dos representantes dos municípios fluminenses. Dos 92 municípios do estado convidados para a audiência, apenas Resende, no Sul Fluminense, e Tanguá e São Gonçalo, na Região Metropolitana, enviaram representantes, segundo o deputado.
"A situação parta mim é de estranheza porque ante a previsão de epidemia grave com a incidência da dengue tipo 4, 23% dos municípios fluminenses ainda não enviaram seus planos de contigência para combater e tratar da doença", disse.
Para Correia, a gravidade dos surtos periódicos da doença exige uma mobilização imediata do poder público. “Para evitar que se repitam os números alarmantes registrados nos últimos anos, precisamos agir o quanto antes”, disse.
O deputado Paulo Ramos (PDT) também criticou a ausência dos representantes dos municípios. "Essa ausência é uma fuga da responsabilidade. A população está assustada, mas os gestores não parecem igualmente preocupados", disse Ramos.
Para a deputada Janira Rocha (PSOL), é preciso dar mais atenção ao assunto. "Os hospitais não estão preparados para adotar o conjunto de medidas necessárias para que mortes sejam evitadas. O objetivo é este: evitar morte", disse ela.
Mais de 160 mil casos desde janeiro
No dia 19, a Secretaria estadual de Saúde informou que desde o dia 2 de janeiro foram notificados 161.315  casos de dengue e foram registrados 133 óbitos no Rio de Janeiro até o dia 15 de outubro. A tendência de queda continua se mantendo nos casos notificados por mês e por semana em todas as regiões do estado, segundo a secretaria.
Para tentar evitar uma epidemia no Estado do Rio, a Secretaria estadual de Saúde criou a campanha “10 minutos contra a dengue”, que estimula moradores a gastarem dez minutos de seu dia no combate aos focos do mosquito Aedes aegypti em suas próprias casas.
80% dos focos estão em casaDe acordo com a Secretaria, o ambiente doméstico concentra 80% dos focos. A iniciativa foi inspirada numa estratégia adotada pelo governo de Cingapura para controlar o mosquito, conseguindo interromper a epidemia que o país enfrentou entre 2004 e 2005.
A campanha traz orientações como ficar atento a calhas entupidas, caixas d’água destampadas, ralos com água da chuva acumulada, pratinhos de vasos de planta. E também alerta para a necessidade de colocar baldes e garrafas com a boca virada para baixo para evitar o acúmulo de água.
Possibilidade de epidemia
No dia 13 de setembro, o secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, afirmou que há "forte possibilidade de haver uma grande epidemia" de dengue em 2012. Para ele, essa será "talvez uma das piores epidemias da história do estado".

No fim de agosto, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, decretou estado de alerta na cidade por causa da dengue. Outra prioridade do combate à dengue no verão é agilizar as vistorias de imóveis particulares e comerciais.

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