Pesquisadores da Escola de Saúde Pública de Harvard, em Boston,
estimam que cerca de 2,3 milhões de pessoas morreram em 2010, em todo o
mundo, por doenças relacionadas à ingestão exagerada de sal. O número
corresponde a 15% do total de óbitos por enfarte, acidente vascular
cerebral (AVC) e outras doenças cardíacas registrados naquele ano no
globo. Os números assustadores são consequência da altíssima ingestão do
ingrediente. Em uma segunda análise, o grupo concluiu que 75% da
população mundial consome quase o dobro da recomendação diária de sódio.
Os dados foram apresentados na última quinta-feira nas Sessões
Científicas de 2013,em Epidemiologia, Prevenção, Nutrição, Atividade
Física e Metabolismo, da Associação Americana do Coração, nos Estados
Unidos. A equipe responsável pelo levantamento é a mesma que, na
terça-feira,associou o consumo de bebidas açucaradas a 183 mil mortes em
2010.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cada pessoa deve ingerir no máximo dois gramas de sódio por dia, quantidade encontrada em cinco gramas de sal. A Associação Americana do Coração (AHA, em inglês) é ainda mais restritiva,e recomenda que essa taxa de consumo atinja, no máximo, 1,5 gramas. O autor sênior da pesquisa, Darius Mozaffarian, codiretor do Programa em Epidemiologia Cardiovascular e professor de medicina e epidemiologia na Universidade de Harvard, afrima que a média de consumo no mundo é de quatro gramas diárias. A variação entre os países é muito grande. As menores taxas de ingestão estão em países africanos, como Quênia (1,5g por dia), Malauí (1,5g) e Ruanda (1,6g), enquanto o Cazaquistão superou os outros 186 países estudados, com uma ingestão per capita de seis gramas por dia.
O país com a maior taxa não está, no entanto, muito distante da maioria. As populações de quase 100% das nações avaliadas ultrapassam a recomendação da OMS, sendo que 88% tem uma média de consumo pelo 1g acima do limite sugerido pela OMS. Para obter esses dados, os cientistas utilizaram 247 pesquisas prévias sobre o uso de sódio no mundo. Os métodos utilizados nesses estudos vão desde a avaliação do cardápio de voluntários à análise de amostras de urina recolhidas por 24 horas.
Pressão alta
O consumo excessivo de sódio provoca pressão arterial alta, uma das principais contribuintes para o desenvolvimento de doença cardiovascular e AVC. Essa relação levou os cientistas a buscarem dados ainda mais abrangentes, correlacionando os índices de ingestão de sal com os óbitos registrados nos diversos países. A coleta desses dados levou ao número de 2,3 milhões de mortes em 2010, sendo 42% delas por enfarte, 41% por AVC e 17% por outras complicações cardíacas. Um fator chama ainda mais a atenção: 40% desses óbitos ocorreram prematuramente, em pessoas com até 69 anos de idade.
Esses resultados fornecem a evidência mais forte até agora sobre o impacto global e específico para cada país do excesso de sódio no desenvolvimento das doenças cardiovasculares. "Esperamos que nossos resultados influenciem os governos nacionais a desenvolver intervenções de saúde pública para reduzir o sódio", afirmam os pesquisadores. Para a chefe do Departamento de Epidemiologia da Universidade do Alabama, Donna Arnett, os dados representam um grande passo na prevenção, uma vez que o alto consumo de sódio pode ser controlado.
"O aumento da pressão sanguínea nas nossas artérias significa que nosso coração tem de trabalhar mais duro para bombear o sangue. O que significa um trabalho mais complicado nas veias sanguíneas de todo o corpo, que fica mais suscetível a um AVC", detalha a médica. Arnett considera uma tarefa difícil, mas ressalta a importância de as pessoas cortarem o sódio lentamente. "Suas papilas gustativas vão pedir sódio, então seja paciente".
Ralph Sacco, professor de neurologia, epidemiologia e saúde pública da Universidade de Miami, também reconhece a dificuldade existente na diminuição do consumo de sódio pelas pessoas, já que o elemento compõe muitas comidas processadas e pré-prontas presentes no cardápio da população urbana mundial. "A primeira coisa que eu falo aos meus pacientes é: ' Por favor, não adicionem mais sódio ou sal com o saleiro'. A segunda é para colocarem mais vegetais e frutas frescas e menos alimentos processados na dieta", enumera Sacco. Sua terceira recomendação é a leitura dos rótulos. "Todos precisamos estar consicentes da quantidade de sódio nos alimentos que compramos no supermercado". Ele considera que o mais importante é fazer a conta básica de quantos miligramas de sódio tem em cada porção e quanto pode ser ingerido por dia. "Se você pega um pacote que está escrito 0,3g ou 0,5g por porção, é melhor evitar esse produto. Muitas vezes é difícil fazer isso sozinho, mas é possível usar calculadoras portáteis em que você registra tudo que come", sugere. " Lembre-se que você só tem 1,5g para o dia inteiro. Se conseguimos controlar o consumo de sódio,conseguiremos diminuir a hipertensão. Isso significa menos AVC e doenças cardiovasculares.
Jornal do Commercio
Conscientize-se! Não deixe que o sal prejudique sua saúde! A consequência do seu uso exagerado é altamente perigoso! Fabricantes e distribuidores de sal de cozinha no estado do Rio incluíram alerta (* “O consumo exagerado deste produto pode causar malefícios à sua saúde”) sobre consumo excessivo do produto em suas embalagens. É o que preconiza a lei 6.173/12, de autoria do deputado Bruno Correia.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cada pessoa deve ingerir no máximo dois gramas de sódio por dia, quantidade encontrada em cinco gramas de sal. A Associação Americana do Coração (AHA, em inglês) é ainda mais restritiva,e recomenda que essa taxa de consumo atinja, no máximo, 1,5 gramas. O autor sênior da pesquisa, Darius Mozaffarian, codiretor do Programa em Epidemiologia Cardiovascular e professor de medicina e epidemiologia na Universidade de Harvard, afrima que a média de consumo no mundo é de quatro gramas diárias. A variação entre os países é muito grande. As menores taxas de ingestão estão em países africanos, como Quênia (1,5g por dia), Malauí (1,5g) e Ruanda (1,6g), enquanto o Cazaquistão superou os outros 186 países estudados, com uma ingestão per capita de seis gramas por dia.
O país com a maior taxa não está, no entanto, muito distante da maioria. As populações de quase 100% das nações avaliadas ultrapassam a recomendação da OMS, sendo que 88% tem uma média de consumo pelo 1g acima do limite sugerido pela OMS. Para obter esses dados, os cientistas utilizaram 247 pesquisas prévias sobre o uso de sódio no mundo. Os métodos utilizados nesses estudos vão desde a avaliação do cardápio de voluntários à análise de amostras de urina recolhidas por 24 horas.
Pressão alta
O consumo excessivo de sódio provoca pressão arterial alta, uma das principais contribuintes para o desenvolvimento de doença cardiovascular e AVC. Essa relação levou os cientistas a buscarem dados ainda mais abrangentes, correlacionando os índices de ingestão de sal com os óbitos registrados nos diversos países. A coleta desses dados levou ao número de 2,3 milhões de mortes em 2010, sendo 42% delas por enfarte, 41% por AVC e 17% por outras complicações cardíacas. Um fator chama ainda mais a atenção: 40% desses óbitos ocorreram prematuramente, em pessoas com até 69 anos de idade.
Esses resultados fornecem a evidência mais forte até agora sobre o impacto global e específico para cada país do excesso de sódio no desenvolvimento das doenças cardiovasculares. "Esperamos que nossos resultados influenciem os governos nacionais a desenvolver intervenções de saúde pública para reduzir o sódio", afirmam os pesquisadores. Para a chefe do Departamento de Epidemiologia da Universidade do Alabama, Donna Arnett, os dados representam um grande passo na prevenção, uma vez que o alto consumo de sódio pode ser controlado.
"O aumento da pressão sanguínea nas nossas artérias significa que nosso coração tem de trabalhar mais duro para bombear o sangue. O que significa um trabalho mais complicado nas veias sanguíneas de todo o corpo, que fica mais suscetível a um AVC", detalha a médica. Arnett considera uma tarefa difícil, mas ressalta a importância de as pessoas cortarem o sódio lentamente. "Suas papilas gustativas vão pedir sódio, então seja paciente".
Ralph Sacco, professor de neurologia, epidemiologia e saúde pública da Universidade de Miami, também reconhece a dificuldade existente na diminuição do consumo de sódio pelas pessoas, já que o elemento compõe muitas comidas processadas e pré-prontas presentes no cardápio da população urbana mundial. "A primeira coisa que eu falo aos meus pacientes é: ' Por favor, não adicionem mais sódio ou sal com o saleiro'. A segunda é para colocarem mais vegetais e frutas frescas e menos alimentos processados na dieta", enumera Sacco. Sua terceira recomendação é a leitura dos rótulos. "Todos precisamos estar consicentes da quantidade de sódio nos alimentos que compramos no supermercado". Ele considera que o mais importante é fazer a conta básica de quantos miligramas de sódio tem em cada porção e quanto pode ser ingerido por dia. "Se você pega um pacote que está escrito 0,3g ou 0,5g por porção, é melhor evitar esse produto. Muitas vezes é difícil fazer isso sozinho, mas é possível usar calculadoras portáteis em que você registra tudo que come", sugere. " Lembre-se que você só tem 1,5g para o dia inteiro. Se conseguimos controlar o consumo de sódio,conseguiremos diminuir a hipertensão. Isso significa menos AVC e doenças cardiovasculares.
Jornal do Commercio
Conscientize-se! Não deixe que o sal prejudique sua saúde! A consequência do seu uso exagerado é altamente perigoso! Fabricantes e distribuidores de sal de cozinha no estado do Rio incluíram alerta (* “O consumo exagerado deste produto pode causar malefícios à sua saúde”) sobre consumo excessivo do produto em suas embalagens. É o que preconiza a lei 6.173/12, de autoria do deputado Bruno Correia.
Confira a lei:
EMENTA:
- DISPÕE SOBRE ADVERTÊNCIA QUANTO AO USO EXCESSIVO DO SAL DE COZINHA.
Autor(es): Deputado BRUNO CORREIA
A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
RESOLVE:
Art. 1° -
Os fabricantes e os distribuidores de sal de cozinha, (cloreto de
sódio), estabelecidos no Estado do Rio de Janeiro, deverão fazer constar
no invólucro do produto a seguinte advertência:
“o consumo exagerado deste produto pode causar malefícios à sua saúde”
Art. 2° - A advertência a que se refere o artigo anterior deverá ser grafada na cor vermelha, sobre fundo prata ou branco, em destaque no próprio rotulo.
Art. 3° - Os fabricantes e os distribuidores de sal de cozinha terão o prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias para se adaptarem aos parâmetros desta lei.
Art. 4º - A não observância desta norma implicará ao infrator as sanções da legislação em vigor.
Art. 5°- Esta lei entra em vigor no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados de sua publicação.
“o consumo exagerado deste produto pode causar malefícios à sua saúde”
Art. 2° - A advertência a que se refere o artigo anterior deverá ser grafada na cor vermelha, sobre fundo prata ou branco, em destaque no próprio rotulo.
Art. 3° - Os fabricantes e os distribuidores de sal de cozinha terão o prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias para se adaptarem aos parâmetros desta lei.
Art. 4º - A não observância desta norma implicará ao infrator as sanções da legislação em vigor.
Art. 5°- Esta lei entra em vigor no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados de sua publicação.
Plenário Barbosa Lima Sobrinho, 06 de Setembro de 2011.
Bruno Correia
Deputado Estadual - PDT
Bruno Correia
Deputado Estadual - PDT
JUSTIFICATIVA
Segundo
a Organização Mundial da Saúde (OMS), um adulto deve consumir por dia
no máximo 06 (seis) gramas de sal de cozinha, o que equivale a uma
colher de chá ou 2,4 gramas de sódio. Mas pesquisas revelaram que o
brasileiro vai bem além disso: consumindo cerca de 13 (treze) gramas
diariamente.
Com
efeito, o consumo excessivo do sódio faz com que ocorra a liberação de
alguns hormônios, que causam a retenção de líquidos, aumentando a
pressão sanguínea o que é ruim para o organismo por sobrecarregar
coração principalmente para quem já possui hipertensão arterial.
Já
a restrição do consumo de sódio diminui a pressão arterial, e segundo
alguns estudos reduz a mortalidade por doenças como acidente vascular
encefálico e na regressão da hipertrofia ventricular esquerda. A
restrição do consumo de sódio pode ainda reduzir a excreção de cálcio
pela urina, contribuindo para a prevenção da osteoporose em mulheres
idosas.
Isso
posto, o projeto de lei se faz necessário por tratar de matéria de alta
relevância para a saúde pública, precipuamente, por ser dever do Estado
à luz do que preceitua o art. 24, XII, da Constituição Federal,
legislar sobre tal matéria, salientando, inclusive, que leis de mesma
natureza foram objeto de proposição nos Estados de São Paulo e Minas
Gerais.
Razão pela qual, espero o apoio dos nobres parlamentares desta Casa Legislativa à aprovação deste projeto de lei.
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